Produto de quase duas décadas de pesquisa, a obra investiga o papel da ação afirmativa na democratização da universidade pública. Apresenta ao leitor um olhar sobre a complexidade dessa política pública, analisando seus aspectos conceituais, jurídicos e morais, assim como as perspectivas históricas, políticas e administrativas. A leitura possibilita não apenas compreender melhor o contexto das posições favoráveis e contrárias às políticas afirmativas, mas também compartilhar de saberes sobre os atores sociais envolvidos, com destaque para a imprensa, e sobre os desdobramentos da adoção dessa estratégia de inclusão em outros países.
Clássicas do pensamento social é uma coletânea de textos de oito pensadoras, de diferentes localidades, entre os séculos XIX e XX, que obtiveram nenhuma ou pouca circulação no Brasil. Clássicas do pensamento social responde, em primeiro lugar, a uma necessidade histórica: recuperar para o cânone das ciências sociais as ideias, a visão crítica e as elaborações teóricas de mulheres que não entraram para a história do pensamento social, cuja bibliografia, como acontece em tantas outras áreas de saber, é formada apenas por homens. Em provocação (e certa ironia), as organizadoras Verônica Toste Daflon e Bila Sorj tecem comentários e, ao mesmo tempo, questionam o que define um "clássico", retirando da marginalidade mulheres cientistas sociais ainda hoje muito relevantes. As autoras aqui retomadas – Harriet Martineau, Anna Julia Cooper, Pandita Ramabai Sarasvati, Charlotte Perkins Gilman, Olive Schreiner, Alexandra Kollontai, Ercília Nogueira Cobra e Alfonsina Storni – viveram entre o final do século XIX e o início do século XX. São herdeiras dos ideais das mulheres que estiveram na revolução francesa lutando por cidadania e que foram precursoras das sufragistas, que conquistaram o direito ao voto. Clássicas do pensamento social exerce com maestria uma espécie de arqueologia epistêmica dessas mulheres que, mesmo atuando na periferia do saber, conseguiram enfrentar os imensos obstáculos de seu tempo, mas ficaram à margem.
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· 2017
Este livro recupera e retoma o debate sobre mestiçagem, mistura e morenidade no Brasil sem cair nas tradicionais armadilhas de festejá-las como evidências de relações raciais harmônicas, denunciá-las como falta de consciência racial ou essencializá-las como causa da nossa desigualdade. Este livro leva a sério a categoria "pardo" historicamente negligenciada pelas Ciências Sociais. Pardos que estão tão próximos dos que se identificam como pretos nos indicadores socioeconômicos, mas tão distantes na percepção sobre a discriminação - um paradoxo que estimula o trabalho e inspirou o título. A obra analisa teoricamente as tensões e ambiguidades da construção da mestiçagem, sua interseccionalidade com as questões de classe e gênero e suas transformações ao longo do tempo. Sem dúvida, trata-se de uma referência inspiradora e inovadora para os que querem conhecer mais sobre as continuidades e mudanças da formação racial brasileira.