· 2003
Chamamos capital social ao conjunto de normas sociais e redes de cooperação e de confiança, bem como instituições e práticas culturais, que dão qualidade e intensidade às relações inter-pessoais em uma sociedade. Esse livro faz a defesa do conceito e de seu uso como instrumento para a consolidação de políticas públicas, para o desenvolvimento sustentado e para a revitalização da sociedade civil e da democracia.
Surpresa para alguns, zero novidade para muitos, a interferência dos militares na política brasileira recente não pode ser pensada como episódio singular a marcar a movimentação política do mandato de Jair Bolsonaro. Precisa, sim, ser entendida como parte de um envolvimento histórico dos militares em assuntos políticos desde nossa Independência e, particularmente, a partir da Proclamação da República. A atenção desta coletânea em 2 volumes foi prover uma visão compreensiva dos militares em dois momentos. O primeiro, tratado neste volume, é marcado pelo primeiro golpe de Estado promovido pelas forças armadas no país, com a deposição de d. Pedro II, passando pela revolução de 1930, pela era Vargas, pelo golpe de 1964, até o fim da ditadura militar, com a Constituição Cidadã.
Esta coletânea de textos dos professores da pós-graduação em ciências sociais da PUC-Rio apresenta um painel exemplar de sua agenda de pesquisa. Seus temas gravitam em torno de duas questões que, há tempos, desafiam a nossa ciência social: a desigualdade e a diversidade, marcas, a primeira pungente, deixadas pelo nosso processo de formação histórica. Os ensaios aqui apresentados, em que pese a sua heterogeneidade temática e de abordagens analíticas, mantêm entre si a percepção comum sobre o anacronismo de uma cultura informada, como a nossa, por uma ideologia de Estado que, mesmo quando disfarçada com meio de roupas novas, não consegue esconder o ranço conservador da sua natureza.
"A voz dos militares foi recuperada pelos professores Gláucio Ary Dillon Soares, Maria Celina D'Araujo e Celso Castro." Elio Gaspari, em A ditadura envergonhada Visões do Golpe – 12 depoimentos de oficiais que articularam o golpe militar de 1964 volta em uma nova edição, agora pela Nova Fronteira, cinquenta anos depois do movimento que instaurou um regime autoritário no Brasil, que durou de 1964 a 1985.O mérito deste livro, cuja primeira edição é de 1994 (Relume Dumará), foi o de apresentar, pela primeira vez, a voz dos quartéis por meio de 12 entrevistas com oficiais que articularam o golpe e depois participaram do regime até o seu ocaso. Esses militares ocuparam cargos de destaque nos governos que se sucederam até 1985.Os depoimentos são até hoje o testemunho mais amplo e a fonte mais segura para a interpretação dos acontecimentos daqueles dias que levaram o Brasil para um regime ditatorial.Depoimentos de: Gustavo Moraes Rego Reis Octávio Costa Carlos de Meira Mattos Leônidas Pires Gonçalves Ivan de Souza Mendes Adyr Fiúza de Castro Cyro Guedes Etchegoyen José Luiz Coelho Netto Enio dos Santos Pinheiro Carlos Alberto da Fontoura Antônio Bandeira Deoclécio Lima de Siqueira
Por que e para que estudar forças armadas? Em 2024, completaram-se 60 anos do golpe militar que nos legou mais de duas décadas de ditadura. A eleição de Jair Bolsonaro à presidência da República em 2018 e as movimentações políticas de militares antes, durante e depois de sua eleição trouxeram a caserna de volta ao centro do debate político do Brasil. A invasão das sedes dos três poderes em 8 de janeiro de 2023, assim como as denúncias de apoio à interrupção violenta da democracia, levantou dúvidas sobre a lealdade de parte dos militares, inclusive dos altos-comandos, ao governo ou à Constituição. Isso mostra o quão viva ainda é a visão anacrônica, dentro das forças armadas e em parte da sociedade, de que os militares são um poder legítimo para a interferência em assuntos políticos domésticos. Este segundo volume cobre aspectos referentes à instituição militar no período da Nova República, indo da Constituição Cidadã à eleição de Jair Bolsonaro em 2018, encerrando um ciclo que se abre e se fecha com o preconício militar na política.
· 2019
Nossa República pela ótica dos principais economistas, cientistas sociais e advogados do Brasil No dia 15 de novembro de 1889, no Campo de Santana, no centro do Rio de Janeiro, o marechal Deodoro proclamava o início da nossa República. Éramos à época um país que havia abolido a escravidão recentemente, com a população de apenas 14 milhões de habitantes, dos quais 82% eram analfabetos e 90% viviam em áreas rurais. Agora, em 2019, com 208 milhões de habitantes, somos uma sociedade majoritariamente urbana, com 7% da população analfabeta, mas ainda repleta de contrastes sociais, com índices de desenvolvimento muitas vezes inferiores aos alcançados por países com trajetórias semelhantes à nossa. Para analisar essa história, 39 pensadores brasileiros identificam os desafios, avanços e retrocessos da nossa República em textos curtos que levantam as principais questões dos nossos últimos 130 anos. Cada capítulo do livro cobre uma década e é composto por três textos: um sobre sociedade e política, outro sobre Estado e direito, e outro sobre governo e economia. Seguindo os pontos de vista particulares dos autores, diferentes e complementares entre si, cabe ao leitor juntar as peças do mosaico apresentado para entender o processo que culminou com a República como a conhecemos em 2019 e os desafios que se anunciam para o futuro.
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